sábado, 13 de agosto de 2011

Células do cordão umbilical são terapia cada vez mais promissora

O sangue do cordão umbilical (SCU) é hoje uma reconhecida fonte de células estaminais com aplicações terapêuticas reais e, também, com forte potencial demonstrado por diversos grupos de investigação em todo o mundo. Em Portugal, fez recentemente 4 anos que se realizou o 1º transplante de células estaminais do SCU, com uma amostra guardada na Crioestaminal, revelando-se bem sucedido.

Desde o transplante a que o Frederico foi sujeito em 2007, que a Crioestaminal já participou noutros cinco transplantes, ajudando dessa forma, outras crianças. “Células de Esperança” foi o tema dado pelos jornalistas da SIC aos últimos ensaios clínicos a decorrer com estas crianças com paralisia cerebral.

Potencial do SCU em fase de ensaios clínicos na paralisia cerebral

Em Maio de 2009, a Duke University, no estado norte-americano da Carolina do Norte, aceitou a integração de crianças portuguesas com paralisia cerebral num estudo liderado pela pediatra e investigadora Joanne Kurtzberg que visa verificar se as células estaminais do sangue do cordão umbilical (SCU) podem tratar lesões cerebrais.
A Inês, o Afonso, a Ema e a Eleonora, aos quais este ano se juntou Vasco, são cinco dessas crianças portuguesas que integraram este estudo clínico experimental, cujos pais tinham criopreservado as suas células estaminais do SCU na Crioestaminal.
A hipótese de que as células do SCU poderão ter um efeito, directo ou indirecto, na regeneração do tecido neural está na base dos testes pré clínicos e ensaios clínicos em curso.
As notícias vindas a público sobre a aplicação das “Células de Esperança” dão conta de melhorias significativas ao nível motor e de desenvolvimento cognitivo das crianças que participam neste ensaio, recebendo infusões do seu próprio SCU.
A terapia celular com células estaminais do sangue do cordão umbilical pode ser uma alternativa terapêutica promissora para o tratamento de doenças do foro neurológico, tais como a paralisia cerebral e traumatismos crânio-encefálicos.


1º Caso de Sucesso
O primeiro transplante de células estaminais criopreservadas num banco português realizou-se no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, há quatro anos, numa criança de 14 meses com uma imunodeficiência combinada severa (SCID).
A criança era portadora de uma doença rara, caracterizada por deficiências no sistema imunitário, que a tornava susceptível a infecções graves, muitas vezes recorrentes, e eventualmente fatais. A solução, neste caso, passava por um transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical ou da medula óssea, tendo sido o primeiro a opção escolhida por ser um procedimento totalmente indolor e por não acarretar quaisquer riscos para o dador.
Na altura (em 2007), a directora do departamento de Imuno-Hemoterapia do IPO do Porto, a Dra. Alzira Carvalhais, afirmou: “Depois dos pais da criança indicarem que tinham guardado as células do sangue do cordão umbilical do irmão na Crioestaminal, contactei o laboratório, pedi a verificação das condições das células, e foi ainda testada a compatibilidade entre os irmãos”.
Devido ao débil sistema imunitário, o Frederico Manuel, manifestava episódios recorrentes de infecção que, provisoriamente, foram sendo controlados recorrendo a tratamentos com antibióticos e imunoglobulinas. O diagnóstico final indicava redução significativa e quase ausência de linfócitos CD8 em circulação, que poderia levar à sua morte. O transplante foi realizado com sucesso, num contexto alogénico recorrendo às células estaminais de outra pessoa, neste caso de um irmão compatível, cujas células estaminais estavam guardadas nos laboratórios da Crioestaminal. O Frederico é hoje uma criança com um estado de saúde perfeitamente normal.


Duas décadas de evolução positiva


Desde 1988, altura em que se realizou, em Paris, o primeiro transplante com SCU, que esta fonte de células estaminais tem sido usada no tratamento de várias doenças, nomeadamente do foro hemato-oncológico, sendo actualmente possível tratar mais de 80 doenças diferentes.
Há cerca de seis anos começou a ser estudada a sua utilização no tratamento da diabetes tipo 1 e da paralisia cerebral. Para além disso, o potencial das células do SCU tem vindo a ser testado noutras áreas da medicina regenerativa com resultados muito promissores.


Raul Santos, administrador da Crioestaminal, refere que “estes quatro anos permitem-nos ter, no presente, provas dadas sobre a utilidade das células estaminais e pensar num futuro muito promissor. O nosso serviço revela-se de grande importância para a sociedade, porque este tipo de terapias apenas são possíveis com recurso a células do próprio paciente”






Fonte:LPM Comunicações

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