quarta-feira, 20 de julho de 2011

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Muitos futuros pais terão partilhado a mesma dúvida sobre o que fazer com o sangue do cordão umbilical. Guardar estas preciosas células estaminais para uso exclusivo recorrendo a uma empresa privada ou doá-las ao banco público, onde as amostras de todos estão disponíveis para todos? Uma destas opções corre o risco de deixar de existir. O Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical (Lusocord) está em apuros e a sua possível inviabilidade reacendeu a discusssão em torno das vantagens e desvantagens da criopreservação das células estaminais.


Manuel Abecasis, director do Serviço de Transplantação do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, responde que, "As células estaminais do cordão umbilical continuam a ter aplicação concreta e cientificamente fundamentada apenas no tratamento de doenças do foro hematológico. E, mesmo nestes casos, muitas vezes é desaconselhável utilizar células do próprio doente", realça.




Aos pais, o especialista em hematologia diria que "cada um é livre de gastar o dinheiro como quiser", mas que acredita que "a criança ficaria mais satisfeita se investissem em certificados de aforro". Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia, só diverge no destino a dar ao dinheiro: "Por que não oferecer-lhes um passe de Interrail aos 18 anos?", ironizam, para sublinhar a baixa probabilidade de um indivíduo utilizar as suas próprias células criopreservadas - estima-se que, no estado actual da ciência, acontecerá a uma pessoa em cada 20 mil.


Deduzo que estes ditos "senhores", talvez, pela pouca disponibilidade que tenham ,devido ao "tacho" que exercem , não tenham tido tempo ainda para se dedicar a estudar e pesquisar um pouco mais sobre células estaminais e suas demais aplicações. É preciso realçar que as diferenças entre o banco publico e o privado são algumas ,tais como as possibilidades de utilização das mesmas células.
E quanto á ironia, essa, apesar da minha indignação, nem vou me dar ao trabalho de comentar tal é a agonia no estômago que me dá....

Rui Reis, investigador e presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular, não contesta a existência do banco público, mas irrita-se com quem desvaloriza as potencialidades das células estaminais do cordão umbilical. "Tudo o que é ciência já foi, antes, ficção científica, e a investigação nesta área, principalmente em relação à medicina regenerativa, é imensa, em todo o mundo", argumenta, dizendo-se convicto de que, "mais cedo ou mais tarde, surgirão novas aplicações terapêuticas para as células do cordão umbilical do próprio indivíduo". Este tipo de argumentos - principalmente por vir de um cientista independente e reconhecido -dá fôlego às empresas privadas. Tal como as histórias de vida de gente comum que, pensando da mesma maneira, foi recompensada.

Em 2006, uma criança recebeu, com sucesso, células do cordão umbilical do irmão para tratar uma imunodeficiência severa. E mais recentemente, em finais de 2009, várias crianças portuguesas com paralisia cerebral foram integradas num ensaio clínico que decorre na Duke University, no estado norte-americano da Carolina do Norte, para verificar se as células estaminais do cordão podem tratar lesões cerebrais. (retirado do jornal´"Público" )

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